EXPOPRATA: Prata sedia maior evento da Caprinovinocultura do Estado

O município de Prata, localizado no Cariri Paraibano, a 311 Km da capital, realiza neste final de semana, o maior evento da Caprinovinocultura do Cariri e um dos maiores do estado: a V ExpoPrata – Exposição de Caprinos e Ovinos, que comemora o ressurgimento e o fortalecimento da atividade como fonte geradora de trabalho e renda para centenas de famílias de agricultores familiares e pequenos criadores. O evento teve início nesta quinta-feira (01) com a recepção dos animais e prossegue até o domingo (04)

Na avenida principal da cidade, 200 currais foram instalados para receber cerca de 1.200 animais das mais variadas raças nativas e exóticas como: Moxotó, Canindé, Repartida, Gurguéia, Marota, Graúna, Anglo-nubiana, Saanem, Parda Sertaneja, Parda Alpina, Parda Suíça, Boer, Dorper, Calahari e Murciana.

Os criadores expositores, ainda irão concorrer a R$ 40 mil em prêmios. Sendo R$ 12 mil no torneio leiteiro e R$ 28 mil para os melhores animais de pista. No final da exposição, também serão doados 2 animais da raça Saanen e 2 da raça Alpino Americano à Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos da Prata – ACCOP, para serem utilizados no melhoramento genético do rebanho dos pequenos criadores.

Apesar de ser um evento centrado na caprinovinocultura, este ano a ExpoPrata abordará outras cadeias produtivas do agronegócio, a exemplo da bovinocultura leiteira, avicultura caipira, piscicultura, cultivo de palma forrageira resistente à cochonilha, banco de sementes nativas da Caatinga em risco de extinção, além de espécies madeireiras de alto valor econômico, fitoterápicos e forrageiros.

No Stand da Empasa está havendo a exposição de peixes das espécies tilápia, carpa, tambaqui e pirapitinga, que são cultivados na Estação de Piscicultura de Itaporanga (EPI). 

Além dos peixes adultos, os alevinos (filhotes) também estão nos tanques e aquário gigante. Os produtores rurais que desejarem receber peixes para os açudes nas suas propriedades podem se cadastrar no local.

Incentivo governamental aumentou a produção em 550%

A longa estiagem, considerada como a maior seca já registrada nos últimos 50 anos, somada a falta de reajuste pelo período de 2 anos, no preço do litro do leite caprino fornecido aos programas sociais do Governo Federal, fez com que os pequenos produtores não tivessem incentivo pra continuar investindo na criação e fornecendo leite para a Usina. 

O resultado foi a saída dos produtores da Associação, a redução drástica do rebanho e consequentemente a queda de produção de leite caprino.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), a Paraíba foi o Estado nordestino que teve a maior perda de rebanho em 2012 por conta da seca, com a morte de 28% dos animais. Em toda a região, a perda de animais chegou a 4 milhões de cabeças.
Ainda assim, o estado continua se destacando na produção de leite de cabra no país com 13 mil litros diários, apesar dos longos períodos de estiagens. Em estados que sempre se destacaram nesta atividade, como Rio Grande do Norte, Pernambuco e Minas Gerais, a produção é inferior a 10 mil litros.

O Marco divisor na caprinovinocultura do município veio através de ação do caprinocutor e prefeito do município, Junior Nóbrega, que criou o Projeto de Lei Municipal 012/2013, que dispôs sobre a instituição de programa de subsídio temporário aos produtores de leite de cabra, no valor de R$ 0,10 centavos, que foi somado aos valores de R$ 1,30 repassados pelo Governo Federal e R$ 0,15 centavos pelo Governo do Estado, à época. O resultado foi um aumento do número de associados de 30 para 70 produtores e a produção diária subiu de 300 litros/dia em 2013 para 1.950 litros/dia atualmente. Devido ao sucesso, o projeto já foi copiado e implantado nos municípios de São José dos Cordeiros e Sumé, também no Cariri.

Segundo Júnior Nóbrega, as ações do Governo do Estado voltadas ao fortalecimento da atividade da caprinovinocultura, a partir de pesquisas de melhoramento genético, assistência técnica continuada e acesso dos criadores às políticas públicas têm permitido ao município de Prata conquistar novos índices neste setor produtivo.
Novas tecnologias garantem sustento e melhoramento do rebanho

A experiência de sucesso foi resultado da celebração de convênios entre Prefeitura, Governo do Estado e a busca de parcerias com os órgãos diretamente ligados à cadeia produtiva, a exemplo da Emater, Emepa, Faepa/Senar, Empasa, Interpa, Sebrae, Sedap e Banco do Nordeste – BNB, possibilitando o melhoramento genético do rebanho, o aumento da quantidade de animais puros de origem (P.O), a exemplo da raça Saanen: originária da Suíça, é uma raça de caprino de leite muito explorada devido a sua alta produção leiteira, chegando a produzir uma média de 2,5 kg a 4,9 kg de leite, para um período de lactação de 260 a 305 dias.

Os resultados positivos na produção de leite de cabra na Paraíba se devem em parte ao sucesso de iniciativas como o Programa de Inseminação Artificial em Caprinos, do Governo do Estado, executado com a parceria da Emater Paraíba, Emepa e Prefeituras Municipais. 

Esse programa tem contribuído, através do melhoramento genético, para enriquecer o rebanho visando melhoria na produção de leite e carne, com a criação de animais com capacidades específicas. As raças integrantes do programa são Parda Alpina e Saanen especializadas na produção de leite, além de Boer e Savanna, para melhorar a produção de carne.

Para a realização do Programa de Inseminação Artificial em Caprinos, os criadores disponibilizam até cinco matrizes. Tomando o município de Gurjão, no Cariri paraibano, como exemplo na aplicação do programa, esses animais são avaliados nas respectivas propriedades pela equipe técnica formada por profissionais da Emepa, Emater Paraíba e a Secretaria Municipal de Agricultura, para o teste de prenhez, através de ultrassonografia. As cabras, não estando prenhas, são transportadas pela equipe da prefeitura para o núcleo do programa, montado na comunidade Riacho da Cobra, em Gurjão, onde são vacinadas e passam por tratamentos contra pragas. Com os animais no núcleo, começa o processo de inseminação para que entrem em cio natural e, após 21 dias, são efetuadas novas ultrassonografias para que as cabras que não estejam prenhas sejam sincronizadas através de hormônios e depois inseminadas por meio de sêmen fresco (não congelado).
Para garantir a sobrevivência do rebanho com todos os nutrientes alimentares necessários, Pesquisadores da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (Emepa), após cinco anos de pesquisa, desenvolveram uma nova forma de alimentar animais em períodos de estiagem. A tecnologia consiste na produção de blocos multinutricionais, resultante da mistura de melaço, ureia, sal mineral, cal hidratada e fontes proteicas, como farelos de trigo, soja, milho, algodão, babaçu, bagaço de cana ou forragens encontradas na propriedade rural.

As pesquisas mostraram que as cabras em gestação que se alimentaram com os blocos, ganharam mais peso que aquelas que não receberam a suplementação nutricional. Os resultados impressionam, em apenas seis meses, cada animal engordou, em média, até 10 quilos.

Volume de negócios pode chegar a R$ 800 mil reais na ExpoPrata

Segundo José Roberto, Gerente do Banco do Nordeste – Agência Monteiro, no ano passado, foi gerado um volume de negócios da ordem de R$ 680 mil nas mais diversas linhas de crédito e financiamento direto ao produtor. A previsão para este ano, é que esse volume atinja a marca de R$ 800 mil, nas linhas de financiamento para aquisição de matrizes e reprodutores; Construção, reforma e ampliação de quaisquer benfeitorias e instalações permanentes voltadas ao sistema de produção e de beneficiamento; Aquisição de máquinas e equipamentos necessários ao manejo do rebanho e beneficiamento da produção; Investimentos necessários ao suprimento de água; Financiamento de poços; Aquisição de veículos, tratores e embarcações; Custeio pecuário e de beneficiamento ou industrialização.

AGORA PB

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