'Batalha' da renda mínima continua, diz Suplicy após derrota na eleição

Derrotado nas urnas após 24 anos como senador, Eduardo Suplicy (PT-SP) disse nesta terça-feira (7), durante pronunciamento na tribuna do Senado, que mesmo fora do Legislativo continuará defendendo o Programa de Garantia de Renda Mínima, principal projeto da sua vida política e pelo qual vem lutando desde 1991, mas que nunca foi colocado em prática.

Nas eleições deste domingo (5), Suplicy perdeu a cadeira de senador por São Paulo para José Serra (PSDB), que teve 58,49% dos votos contra 32,53% do petista. No primeiro discurso após o pleito, ele afirmou que sairá com “dever cumprido”, mas o projeto da renda mínima continuará a ser sua “principal batalha”.

A lei que institui o Programa de Garantia de Renda Mínima foi aprovada pelo Congresso Nacional e chegou a ser sancionada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2004, mas o projeto de regularização – condição para a criação do programa -, nunca foi para frente. Suplicy chegou a propor este ano à Presidência da República a instituição de um grupo de trabalho para elaborar o texto, o que não foi colocado em prática.

O programa prevê transferência mensal a todos os cidadãos residentes no Brasil, inclusive estrangeiros, a fim de que “possam viver com mais liberdade, justiça e fraternidade”. O benefício, que poderia atingir ricos e pobres, difere de programas como Bolsa Família, que impõe condições para o pagamento.

“Esta continuará a ser uma das minhas principais batalhas. Onde eu estiver continuarei a batalha pela renda básica de cidadania”, disse Suplicy, que cobrou a criação de um grupo interministerial para estudar a implementação do programa em substituição do Bolsa Família. “Eu estou no aguardo da presidenta Dilma para que ela possa criar um grupo de trabalho

para estudar quais serão as etapas da transição do programa Bolsa Família”, declarou.

Campanha
Eduardo Suplicy falou também sobre sua campanha em São Paulo, que, segundo ele, terminou com dívida de R$ 500 mil. Desde julho, afirmou, as despesas somaram R$ 3 milhões, mas, até o momento, o comitê arrecadou R$ 2,5 milhões.

O senador disse que suas contas de campanha foram mais “modestas” que a dos adversários e reclamou do pouco tempo que dispôs no horário eleitoral, de dois minutos e um segundo, além de quatro mensagens de 15 segundos três vezes por semana, segundo ele.

O petista também reclamou da ausência de José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (PSD) nos debates entre senadores durante a campanha.

“Eu gostaria muito de ter tido a oportunidade, como nas eleições anteriores ao Senado – as três das quais participei anteriormente –, de ter participado de debates. Nesta eleição, preferiram os meus principais adversários, como José Serra e Gilberto Kassab, e outros, não participar de debates. Eu acho que eles teriam contribuído, significativamente, para o melhor esclarecimento da opinião pública”, afirmou.

Ao finalizar seu discurso, que durou cerca de 40 minutos, Suplicy cumprimentou José Serra pela vitória e agradeceu o apoio dos seus eleitores.

“São mensagens encorajadoras para que eu possa seguir o caminho para que eu possa seguir a batalha para a construção de um Brasil justo e necessário”, concluiu.

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