A política paraibana está órfã de uma de suas maiores lideranças. Após uma luta incansável contra a covid-19 e suas complicações, faleceu hoje aos 87 anos o senador paraibano José Targino Maranhão (MDB). Ele estava internado em um hospital de São Paulo, lutando contra as sequelas deixadas pelo coronavírus. A desembargadora Fátima Bezerra, esposa do senador, confirmou a morte.
Maranhão foi diagnosticado com a Covid-19, chegou a ser internado em um hospital particular de João Pessoa, mas na mesma semana foi transferido para uma unidade hospitalar em São Paulo.
Confira a trajetória de José Maranhão
José Targino Maranhão nasceu em Araruna, no Agreste paraibano, em 06 de setembro de 1933. Seu pai, Benjamim Gomes Maranhão, foi líder político e prefeito de Araruna em 1955. Seu avô materno, José Targino, foi vice-governador da Paraíba de janeiro de 1947 a julho de 1950 e governador, até janeiro de 1951.
Advogado, pecuarista e empresário, José Maranhão entrou para a política em 1954. Um ano depois foi eleito deputado estadual, cargo que ocupou por quatro mandatos consecutivos. Em 1969, durante a Ditadura Militar no Brasil, Maranhão teve seu mandato cassado e seus direitos políticos suspensos por dez anos.
Com a extinção do bipartidarismo em novembro de 1979, retornou à política filiando-se, em 1980, ao recém-criado Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), hoje MDB. Em novembro de 1982, José Maranhão foi eleito deputado federal, cargo que ocupou entre os anos de 1983 a 1994.
Foi deputado constituinte, integrando Comissão da Organização do Estado. Se posicionou favorável às reformas constitucional e agrária e à realização de eleições diretas em todos os níveis.
Em outubro de 1994, José Maranhão foi eleito vice-governador da Paraíba, na chapa encabeçada pelo senador Antônio Mariz. Na época, chegou a exercer interinamente a chefia do Governo da Paraíba, nas várias licenças de Mariz para tratamento de saúde. Permaneceu no cargo até 17 de setembro de 1995, quando assumiu a cadeira de governador do Estado, por causa do falecimento de Antônio Mariz.
Foi reeleito para o Governo da Paraíba em 1998, com mais de 80% dos votos, enfrentando nas urnas o, à época, deputado federal Gilvan Freire, candidato pelo PSB.
Em 2002, Maranhão renunciou ao governo estadual para disputar uma vaga de senador, deixando no cargo o seu vice, Roberto Paulino. No pleito para o Senado, Maranhão recebeu foi eleito com 831 mil votos.
Quatro anos depois, José Maranhão tentou ser governador pela terceira vez, mas foi derrotado por Cássio Cunha Lima. Por causa de processos envolvendo crimes eleitorais, que levaram à cassação de Cássio, Maranhão voltou a assumir o Governo da Paraíba na condição de segundo colocado, após decisão do Tribunal Superior Eleitoral, em 17 de fevereiro de 2009.
Em 2012 foi candidato a Prefeito de João Pessoa, mas terminou a eleição em quarto lugar. Dois anos depois, em 2014, concorreu ao Senado e liderou a corrida eleitoral desde a primeira pesquisa de intenções de votos.
José Maranhão tinha 87 anos, era casado com a desembargadora do Tribunal de Justiça da Paraíba, Fátima Bezerra Cavalcanti e estava internado desde 29 de novembro, dia do segundo turno das Eleições 2020.
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