Cirurgia que corrige queixo e mandíbula está mais acessível

Corrigir imperfeições e eliminar aqueles defeitos que tanto parecem incomodar: estes são desejos de grande parte das pessoas. E quando o problema surge no rosto, principalmente causado pela posição dos dentes ou disposição do queixo, a questão parece mudar de figura, adquirindo uma força ainda maior. Visando solucionar casos assim, inúmeros tratamentos são oferecidos por profissionais, sendo um deles a cirurgia ortognática.

Segundo o dentista, especialista e doutorando em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial Eduardo Dias Ribeiro, o procedimento é indicado para cuidar das mais variadas deformidades ocasionadas pela estrutura dentária. “A cirurgia ortognática é a correção de anomalias do esqueleto ósseo maxilar e/ou mandibular, tendo como consequência uma melhora na oclusão dentária e na estética facial”, afirma.

O procedimento, conforme Ribeiro, é indicado para pacientes com mandíbula em posição avançada (ou muito recuada em relação ao maxilar superior), impossibilidade de fechar os dentes anteriores, exposição dentária e gengival excessiva, existência de mordida profunda e alterações na proporção entre maxilar superior e mandíbula.

Entretanto, para que o indivíduo esteja apto ao tratamento, alguns requisitos precisam ser cumpridos. De acordo com o dentista, além de atingir o estágio final de crescimento ósseo, a pessoa deve ter sua história médica analisada e passar por um criterioso exame físico.

“A intenção desses exames é selecionar pacientes com potencial em apresentar complicações médicas. Caso dúvidas sejam levantadas, apropriadas precauções serão tomadas, incluindo a realização de exames complementares, como testes sanguíneos, análise de urina, radiografias, tomografias, dentre outros”, explica.

O especialista ainda esclarece que, antes da cirurgia, é necessário o uso de aparelhos ortodônticos fixos em ambas as arcadas. “Eles servem para posicionar os dentes de uma forma que permita, durante a cirurgia, realinhar os maxilares numa relação estética e funcional aceitável, e consequentemente dar ao paciente uma nova aparência. Os aparelhos estarão presentes nas arcadas durante todo o tratamento”, conta.

Entre os destaques do pós-operatório, Ribeiro frisa que o indivíduo não permanece entubado, tem a mandíbula orientada para manter-se na nova posição por meio de elásticos e já pode falar ou alimentar-se levemente após algumas horas.

“O edema facial é moderado e a medicação é administrada por via intravenosa. Esta medicação tem como objetivo controlar o edema, prevenir dores, infecções e o reposicionamento hidroeletrolítico”, menciona, lembrando que o paciente tem condições de voltar às atividades normais de 10 a 15 dias.

MENTOPLASTIA DEIXA PERFIL HARMONIOSO

Outro procedimento que pode ser adotado por quem se sente desconfortável com o formato do rosto é a mentoplastia. De acordo com o cirurgião plástico Péricles Serafim Filho, a técnica consiste em uma cirurgia realizada no queixo – ou mento – para possibilitar um discreto avanço na área, tornando, assim, o perfil facial mais harmônico.

“A mentoplastia proporciona um extraordinário acréscimo de autoestima, na medida em que remodela o perfil tornando-o mais sinuoso nas mulheres e mais atrativo nos homens”, reconhece.

Serafim Filho salienta que a fase ideal para realização da mentoplastia é após o fim da adolescência, com o procedimento sendo de grande valia como complemento a um tratamento ortodôntico. “Podem, no entanto, haver algumas contraindicações em pacientes que possuem pouca superfície óssea na ponta do queixo, geralmente devido a falta de dentes nessa região”, admite.

“Outra situação desfavorável e menos comum é naqueles pacientes que possuem incontinência do lábio inferior, ou seja, que quando em repouso, permanecem com o lábio inferior caído e afastado do lábio superior”, complementa.

Conforme o médico, a cirurgia normalmente é realizada sob anestesia local e sedação. A incisão pode ser abaixo do queixo ou entre o lábio inferior e a gengiva, e, normalmente, não mede mais que 4 cm. Já a prótese – de silicone sólido ou de PTFE (politetrafluoretileno) – fica posicionada entre o osso e a membrana que o reveste.

“A cirurgia costuma durar cerca de vinte minutos, quando realizada por mãos experientes. Eventualmente, pode ocorrer uma pequena dormência temporária no lábio inferior, que está relacionada à compressão de terminação de nervos sensitivos daquela região”, elucida, reforçando que as próteses normalmente não precisam ser trocadas e são absolutamente indistinguíveis do osso quando palpadas.

Segundo o cirurgião, o pós-operatório geralmente não dói e a recuperação é rápida. “Quando a cirurgia é feita com incisão próxima da gengiva, é necessário o uso de antissépticos regularmente nas primeiras 48h. Quando a incisão ocorre abaixo do queixo, essa recuperação costuma ser mais rápida e mais sutil”, aponta. “O inchaço discreto da ponta do queixo pode perdurar por alguns meses”, finaliza.

COM JORNAL DA PARAÍBA.

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