Por Pedro Nunes
As atividades comerciais em Alagoa do Monteiro tiveram início, por volta de 1805, quando começaram a surgir as primeiras casas em torno da igrejinha construída em terras doadas à Nossa Senhora das Dores por Manoel Monteiro e sua esposa, Josefa Vieira de Jesus. O casal teve 7 filhos: Manoel Monteiro Junior, Manoel José, Catarina Ferreira Leite, Pedro, Francisco, Francisca e Isabel.
Na época, tudo era transportado em lombo de burro. Não havia estradas. Apenas caminhos e veredas por onde trilhavam almocreves, comprando e vendendo. Como dinheiro era coisa rara, trocavam mais que vendiam. Os primeiros negócios teriam pertencido aos fundadores da povoação que logo organizaram uma pequena feira. População bastante reduzida e atividades econômicas ainda incipientes, a pequena feira não chegava sequer ao meio dia.
Nas estradas e caminhos poeirentos, começavam a surgir almocreves, estalando as ponteiras dos reis para dar ritmo à burra-madrinha enfeitada com campa tinideira, caminhando à frente do comboio. Nas malas, traziam ferragens, louças, tecidos, miudezas, extratos, óleos coloridos, sabonetes, brilhantinas, farinha e rapadura para abastecer a região. Andavam pelos sítios mais distantes vendendo e trocando. Dinheiro escasso, época do vintém e do dobrão.
Bem mais tarde, em 1888, no pequeno povoado transformado em vila, o comércio girava em torno dos negócios de dois comerciantes prósperos e abastados, os coronéis Manoel Joaquim Rafael e Francisco José Torres.
No dia 12 de junho de 1913, o patriarca Joaquim Lafayette inaugurou uma loja de tecidos finos, em instalações contíguas ao casarão que construíra para conforto de seus 15 filhos.
A partir da década de 30, a vida econômica do município atingiu sua fase áurea.
Impulsionado pela força do algodão, o comércio da vila não parava de crescer. Tinha de tudo.
A VILLA NOVA, casa comercial pertencente a José Faustino Villa Nova, pai do jurista Lourival Villa Nova, situava-se na Rua Coronel Santa Cruz, números 28 e 30. Destacava-se por seu grande sortimento de ferragens, miudezas, calçados, chapéus, estivas e uma padaria muito bem montada.
A CASA CENTENÁRIA, de Gama & Irmãos, na Praça do Comércio, n.º 25, vendia de tudo: tecidos finos, chapéus, miudezas e enfeites para vestidos. Camas, colchões, enxadas, foices e machados misturavam-se no stock, palavra inglesa que soava bem aos ouvidos da matutada. Com os bolsos estufados de dinheiro proveniente das boas safras de algodão. Os fazendeiros e seus meeiros compunham a massa de compradores mais abastados do município. A loja vendia também guarda-sóis, sombrinhas e bengalas; máquinas de costura, bolsas e carteiras para homens e mulheres.
A CASA CONSERVA, de José Conserva, servia ao povoado da Prata e ti-nha um completo sortimento de miudezas, ferragens e estivas.
A LOJA PAULISTA, na Praça senador Epitácio Pessoa, vendia brins, tri-colines, mesclas, chitas, algodão, morganetes, telmolins, fantasias, voiles, sedas e crepes.
Já A PARAHYBANA, de Nestor Bezerra & Irmãos, em seus anúncios avi-sava aos fregueses que se achava apta a bem servir aos que se dignassem visitá-la, visto ter recebido um grande e variado sortimento por preços baixíssimos. A matriz situava-se na Praça Epitácio Pessoa, com filiais em Camalaú, Boi Velho e São Thomé.
As atividades comerciais em Alagoa do Monteiro tiveram início, por volta de 1805, quando começaram a surgir as primeiras casas em torno da igrejinha construída em terras doadas à Nossa Senhora das Dores por Manoel Monteiro e sua esposa, Josefa Vieira de Jesus. O casal teve 7 filhos: Manoel Monteiro Junior, Manoel José, Catarina Ferreira Leite, Pedro, Francisco, Francisca e Isabel.
Na época, tudo era transportado em lombo de burro. Não havia estradas. Apenas caminhos e veredas por onde trilhavam almocreves, comprando e vendendo. Como dinheiro era coisa rara, trocavam mais que vendiam. Os primeiros negócios teriam pertencido aos fundadores da povoação que logo organizaram uma pequena feira. População bastante reduzida e atividades econômicas ainda incipientes, a pequena feira não chegava sequer ao meio dia.
Nas estradas e caminhos poeirentos, começavam a surgir almocreves, estalando as ponteiras dos reis para dar ritmo à burra-madrinha enfeitada com campa tinideira, caminhando à frente do comboio. Nas malas, traziam ferragens, louças, tecidos, miudezas, extratos, óleos coloridos, sabonetes, brilhantinas, farinha e rapadura para abastecer a região. Andavam pelos sítios mais distantes vendendo e trocando. Dinheiro escasso, época do vintém e do dobrão.
Bem mais tarde, em 1888, no pequeno povoado transformado em vila, o comércio girava em torno dos negócios de dois comerciantes prósperos e abastados, os coronéis Manoel Joaquim Rafael e Francisco José Torres.
No dia 12 de junho de 1913, o patriarca Joaquim Lafayette inaugurou uma loja de tecidos finos, em instalações contíguas ao casarão que construíra para conforto de seus 15 filhos.
A partir da década de 30, a vida econômica do município atingiu sua fase áurea.
Impulsionado pela força do algodão, o comércio da vila não parava de crescer. Tinha de tudo.
A VILLA NOVA, casa comercial pertencente a José Faustino Villa Nova, pai do jurista Lourival Villa Nova, situava-se na Rua Coronel Santa Cruz, números 28 e 30. Destacava-se por seu grande sortimento de ferragens, miudezas, calçados, chapéus, estivas e uma padaria muito bem montada.
A CASA CENTENÁRIA, de Gama & Irmãos, na Praça do Comércio, n.º 25, vendia de tudo: tecidos finos, chapéus, miudezas e enfeites para vestidos. Camas, colchões, enxadas, foices e machados misturavam-se no stock, palavra inglesa que soava bem aos ouvidos da matutada. Com os bolsos estufados de dinheiro proveniente das boas safras de algodão. Os fazendeiros e seus meeiros compunham a massa de compradores mais abastados do município. A loja vendia também guarda-sóis, sombrinhas e bengalas; máquinas de costura, bolsas e carteiras para homens e mulheres.
A CASA CONSERVA, de José Conserva, servia ao povoado da Prata e ti-nha um completo sortimento de miudezas, ferragens e estivas.
A LOJA PAULISTA, na Praça senador Epitácio Pessoa, vendia brins, tri-colines, mesclas, chitas, algodão, morganetes, telmolins, fantasias, voiles, sedas e crepes.
Já A PARAHYBANA, de Nestor Bezerra & Irmãos, em seus anúncios avi-sava aos fregueses que se achava apta a bem servir aos que se dignassem visitá-la, visto ter recebido um grande e variado sortimento por preços baixíssimos. A matriz situava-se na Praça Epitácio Pessoa, com filiais em Camalaú, Boi Velho e São Thomé.
A PHARMÁCIA SANTA THEREZINHA, sob a direção do farmacêutico Augusto Campos, diplomado em 1906, atendia urgências a qualquer hora da noite. Vendia xarope de benzo creosotado, licor de japecaroba, vinho jurubeba composto, elixir das parturientes e água inglesa. Todos os produtos eram formulados e preparados pelo próprio farmacêutico.
MARCOLINO MAYER DE FREITAS, pai do Ministro Luiz Mayer, estabelecimento de tecidos e miudezas, anunciava seus produtos a preços cômodos e ao alcance de todos.
A CASA OLÍMPIO comprava diretamente do Rio de Janeiro, por isso seus produtos tinham preços idênticos aos do Recife. Em suas prateleiras, os clientes podiam encontrar perfumes, louças de fantasia e presentes em geral. Entre os produtos mais vendidos figuravam o sabonete DORLY e a brilhantina GLOSTORA.
Vinhos, zinebra, conhaques e outras bebidas finas nacionais podiam ser compradas na casa GERMANO CARVALHO.
Francisco Cândido de Mello Falcão, proprietário da Fazenda Monconha e pai do Ministro Djaci Falcão, possuía moderno mecanismo de descaroçar algodão, equipado com descarregador. Na fazenda Monconha, Francisco Cândido, mais conhecido por Chico Cândido, possuía engenho onde fabricava a famosa aguardente Almofadinha. Além de atividades rurais, era estabelecido na praça de Alagoa do Monteiro com o ARMAZÉM DE COMPRAS DE ALGODÃO E PELLES. No comércio de peles, Francisco Cândido representava a Yona e Cia., firma pertencente a seu cunhado, Delmiro Gouveia.
A CASA BRINDEIRO, pertencente a Francisco M. Brindeiro, além de te-cidos, miudezas e ferragens, possuía uma padaria bem montada onde fabricava com excepcional capricho as bolachas: Brindeiro, Nadir, Mimosa, Nabuco e o pão Jahu, o melhor da cidade. Francisco Brindeiro era pai do médico Djair Brindeiro, radicado no Recife, cidade da qual foi prefeito e personalidade muito destacada.
INÁCIO FEITOSA, agente autorizado da FORD MOTOR COMPANY em Alagoa do Monteiro, vendia automóveis importados, peças e acessórios. Comprava diretamente dos Estados Unidos, Rio, São Paulo e Recife. Mantinha também contrato de distribuição com a UNITED STATES RUBBER EXPORTS CO. LTD., de quem recebia os pneus da marca Royal Cord. Além do comércio de peças, Seu Inácio também distribuía em toda a região máquinas de costura da famosa marca Singer.
Pertencente à firma FREITAS & CIA, a CASA TUPY, estabelecida na rua Coronel Santa Cruz, nº 19, representava a TEXAS COMPANY - SOUTH AMERICAN LTD, além de comercializar louças e tintas.
Município de vasta extensão territorial, numeroso rebanho de bovinos e caprinos, Alagoa do Monteiro atraía empresas como a ROSSBACH BRASIL COMPANY, que mantinha na cidade movimentada agência de compra e exportação de peles.
Na área de prestação de serviços, Alagoa do Monteiro era servida por profissionais que deixaram seus nomes na história do município. O primeiro deles a merecer destaque é CHRISPINIANO NEVES, fotógrafo profissional, a quem se deve o acervo fotográfico mais rico do Cariri paraibano, hoje, um tesouro que enriquece o museu da cidade. O pai de Chrispiniano era o Capitão Antônio Zeferino, assassinado no dia 6 de maio de 1911, quando a cidade foi invadida pelo bacharel Augusto de Santa Cruz Oliveira, acompanhado de 200 cabras que soltaram os presos, prenderam a polícia e tomaram como reféns as principais autoridades da vila. Depois de matar o capitão Zeferino a golpes de peixeira, um dos bandidos sacou um punhal e furou os olhos do morto. Em seguida, o facínora de nome João Trezena, pôs-se a colocar doce na boca do morto, violando o cadáver com a mais ignóbil zombaria: “Que ladrão lorde, vai para o céu comendo doce!” Órfão, Chrispiniano teve que madrugar pelos caminhos da responsabilidade e do trabalho para ajudar no sustento da família.
MARCOLINO MAYER DE FREITAS, pai do Ministro Luiz Mayer, estabelecimento de tecidos e miudezas, anunciava seus produtos a preços cômodos e ao alcance de todos.
A CASA OLÍMPIO comprava diretamente do Rio de Janeiro, por isso seus produtos tinham preços idênticos aos do Recife. Em suas prateleiras, os clientes podiam encontrar perfumes, louças de fantasia e presentes em geral. Entre os produtos mais vendidos figuravam o sabonete DORLY e a brilhantina GLOSTORA.
Vinhos, zinebra, conhaques e outras bebidas finas nacionais podiam ser compradas na casa GERMANO CARVALHO.
Francisco Cândido de Mello Falcão, proprietário da Fazenda Monconha e pai do Ministro Djaci Falcão, possuía moderno mecanismo de descaroçar algodão, equipado com descarregador. Na fazenda Monconha, Francisco Cândido, mais conhecido por Chico Cândido, possuía engenho onde fabricava a famosa aguardente Almofadinha. Além de atividades rurais, era estabelecido na praça de Alagoa do Monteiro com o ARMAZÉM DE COMPRAS DE ALGODÃO E PELLES. No comércio de peles, Francisco Cândido representava a Yona e Cia., firma pertencente a seu cunhado, Delmiro Gouveia.
A CASA BRINDEIRO, pertencente a Francisco M. Brindeiro, além de te-cidos, miudezas e ferragens, possuía uma padaria bem montada onde fabricava com excepcional capricho as bolachas: Brindeiro, Nadir, Mimosa, Nabuco e o pão Jahu, o melhor da cidade. Francisco Brindeiro era pai do médico Djair Brindeiro, radicado no Recife, cidade da qual foi prefeito e personalidade muito destacada.
INÁCIO FEITOSA, agente autorizado da FORD MOTOR COMPANY em Alagoa do Monteiro, vendia automóveis importados, peças e acessórios. Comprava diretamente dos Estados Unidos, Rio, São Paulo e Recife. Mantinha também contrato de distribuição com a UNITED STATES RUBBER EXPORTS CO. LTD., de quem recebia os pneus da marca Royal Cord. Além do comércio de peças, Seu Inácio também distribuía em toda a região máquinas de costura da famosa marca Singer.
Pertencente à firma FREITAS & CIA, a CASA TUPY, estabelecida na rua Coronel Santa Cruz, nº 19, representava a TEXAS COMPANY - SOUTH AMERICAN LTD, além de comercializar louças e tintas.
Município de vasta extensão territorial, numeroso rebanho de bovinos e caprinos, Alagoa do Monteiro atraía empresas como a ROSSBACH BRASIL COMPANY, que mantinha na cidade movimentada agência de compra e exportação de peles.
Na área de prestação de serviços, Alagoa do Monteiro era servida por profissionais que deixaram seus nomes na história do município. O primeiro deles a merecer destaque é CHRISPINIANO NEVES, fotógrafo profissional, a quem se deve o acervo fotográfico mais rico do Cariri paraibano, hoje, um tesouro que enriquece o museu da cidade. O pai de Chrispiniano era o Capitão Antônio Zeferino, assassinado no dia 6 de maio de 1911, quando a cidade foi invadida pelo bacharel Augusto de Santa Cruz Oliveira, acompanhado de 200 cabras que soltaram os presos, prenderam a polícia e tomaram como reféns as principais autoridades da vila. Depois de matar o capitão Zeferino a golpes de peixeira, um dos bandidos sacou um punhal e furou os olhos do morto. Em seguida, o facínora de nome João Trezena, pôs-se a colocar doce na boca do morto, violando o cadáver com a mais ignóbil zombaria: “Que ladrão lorde, vai para o céu comendo doce!” Órfão, Chrispiniano teve que madrugar pelos caminhos da responsabilidade e do trabalho para ajudar no sustento da família.
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