O governador Eduardo Campos (PSB-PE) aumentou em R$ 7 milhões os gastos com publicidade do governo em 2012, alta de 11% em relação ao ano anterior.
Foram R$ 70,7 milhões na "divulgação governamental em todos os meios de comunicação" ante R$ 63,5 milhões em 2011 (já corrigidos pelo IPCA).
Campos investiu mais em propaganda em 2012 do que, por exemplo, em "fornecimento de transporte escolar" (R$ 42,5 milhões) e em "manutenção dos imóveis da rede estadual de ensino" (R$ 37,5 milhões).
Sob responsabilidade da Secretaria da Casa Civil, os gastos com publicidade representaram 0,3% de todas as despesas do governo de Pernambuco em 2012.
VÍDEOS
A publicidade do governo incluiu campanhas de combate à violência contra a mulher e de incentivo à leitura, mas também peças de promoção da gestão, como o vídeo "Governo de Pernambuco: Um novo jeito de governar".
O aumento dos gastos se deu a dois anos da provável candidatura do governador pernambucano à Presidência e no ano em que apoiou a candidatura vitoriosa de Geraldo Julio (PSB) à Prefeitura do Recife.
"Esse gasto não foi feito para informar a população sobre o que aconteceu no Estado. Ele foi abertamente feito para influenciar nas eleições que estavam em curso", disse o líder da oposição na Assembleia, Daniel Coelho (PSDB), derrotado no pleito do Recife por Geraldo Julio.
A Casa Civil de Pernambuco atribuiu o aumento dos gastos em 2012 à alta de preços da atividade publicitária.
RECORDE
Este ano, segundo o Portal da Transparência estadual, publicidade e propaganda institucional já custaram quase R$ 8 milhões, 0,1% das despesas liquidadas.
O gasto recorde do governo Campos foi em 2009, um ano antes da reeleição. Foram R$ 79,8 milhões, em valores atualizados.
A Folha solicitou ao governo do Estado, via Lei de Acesso à Informação, o detalhamento das despesas com publicidade desde 2006.
A Casa Civil recusou o pedido sob justificativa de que a solicitação "foi feita sem qualquer justificativa plausível, nem tampouco demonstração específica da necessidade da informação".
Para solicitar informações pela Lei de Acesso não é necessário apresentar justificativa, mas o órgão deve justificar uma possível recusa de acesso aos dados.
OUTRO LADO
A Secretaria da Casa Civil de Pernambuco atribuiu o aumento de 11% nos gastos com publicidade aos maiores custos relacionados à atividade.
"Além disso, a consolidação das políticas públicas que norteiam o trabalho do governo trouxe a necessidade de novas abordagens de comunicação", informou a pasta.
O governo diz que as peças publicitárias servem para informar, promover o turismo e atrair investimentos.
Também avaliou a elevação como "inteiramente necessária" por considerar que o Estado "gasta pouco com publicidade" e nunca ultrapassou, na atual gestão, limites de gastos previstos em lei.
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